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quarta-feira, 30 de março de 2011

Escada


Nessa escalada altiva nenhuma luz se projeta sobre os degraus

Os seres de luz aceitam obscurecer-se um pouquinho para não interferir na iluminação

Ela deve ser individual, deve ser do interno para o externo

Cada degrau me leva adiante e acima

Acima se encontra o Demodara, o absoluto e infinito

Ele me espera com um banquete cujos manjares só comi farelos até então.. farelos que caiam de uma mesa celestial

Não enxergo os degraus até que meu peito se incendeie e ilumine 2 ou 3 dos degraus a frente e neles escalo confiantemente

Cada palavra e boa intenção pulsam meu coração e geram energia para iluminação...

E no silencio de um breu infinito aprendo a me calar, aceitar e vivenciar com humildade

segunda-feira, 14 de março de 2011

Reconciliando


Recentemente fui convidada para comparecer a um encontro especial.
Confesso que me senti um pouco tensa e até ansiosa, pois não sabia ao certo o que esperar desse fatídico encontro que segundo escutava me prometia mudanças drásticas e transformações profundas.

No dia marcado fui ao local cheia de expectativas... O que encontrei lá foi no mínimo inusitado. Lá estava eu. Eu mesma, sentada esperando para dizer certas verdades a mim mesma.
Curiosa fui me aproximando e puxando uma cadeira sentei-me em frente a mim.

Eu olhei dentro dos meus próprios olhos que, profundos, me acalmaram ao dizer no silencio que não me preocupasse. Tudo seria compreendido no momento certo... Somente deveria me entregar à experiência e o que ela queria me transmitir através desse encontro pessoal.

De forma lenta fui abrindo os lábios e disse uma palavra apenas:
RECONCILIAÇÃO

Essa era a ordem do dia, o chamado da vez. Demorei a entender o que eu queria dizer, mas seguindo o conselho sugerido resolvi entregar-me a experiência e analisar quais os significados que essa palavra queria dar

E então entendi. Estava em falta e em dívida.

O primeiro passo foi me reconciliar COMIGO MESMA. Quantas vezes eu acreditei que não era capaz, que não podia. Quantas vezes eu deixei que pessoas próximas e distantes, queridas e nem tanto, me dissessem o que era ou não capaz. Quantas vezes eu deixei que determinassem meus limites, que me dessem norte... Aceitei passiva e submissamente as sentenças que me proferiam de seus julgamentos precipitados e venenosos. Pedi perdão a mim e como mágica eu passei a me ver com beleza e brilho encantador. Passei a enxergar a olhos nus a centelha de um fogo divino que sou e a capacidade impossível de limitar que possuo dentro de mim. A vontade que caminhava sem força passou a ser força de vontade. Encontrei-me e desse encontro me descobri. Enxerguei-me alem dos meus cruéis julgamentos.

Reconciliei-me posteriormente com a PALAVRA. Quantas vezes eu fiz uso dela de forma inconsequente, elas são poderosas quando bem usadas, mas preferem se calar a serem usadas de forma errada, principalmente quando se tonam molduras para enquadrar sentimentos indescritíveis. Quantas vezes eu fiz das palavras as grades que aprisionavam meu eu. Reconciliei-me com ela. Se não tem descrição, agora me calo!

Reconciliei-me também com a NATUREZA... Não o paisagismo construído pelo homem, mas sim a natureza natural... Aquela que cresce deselegante aonde lhe da a gana. Aquela que é livre e selvagem... Aquela que detém o poder da força criativa e rebeldia de espírito indomável.
Reconciliei-me apos me desculpar pelas inúmeras vezes que deixei de escutar o canto do passarinho que voa corriqueiro por entre prédios e avenidas. Após me desculpar por não ter me alegrado com cada gota de água que lava a terra. Pela minha insensibilidade que me privou de sentir a carícia da brisa, me privou de ser um prisma do sol, de escutar a música cheia de notas complexas produzida pelo silêncio concentrado na eternidade de um momento na natureza. Ela aceitou minhas desculpas e me reconciliei.

Reconciliei-me com a DIVINDADE. Na minha ignorância acreditei serem muitas, plurais, politeístas... Mas vi com mais atenção e descobri serem uma só, uma só expressão de amor e cuidado e renovação seja pelo fogo dolorido ou aquecedor ou a água mansa ou destrutiva. Seja pela dança de Shiva que tem sob seus pés nossa ignorância e altivez, ou pelo som da flauta de Krishna que multiplica infinitas estrelas dentro de nossa consciência expandida. Ah! Também a Janaína oriunda das águas que jamais deixa nosso barco afundar, fui tão cruel com ela. E o que dizer da Pachamama, sempre fértil, fecundando toda a terra que nos alimenta e nos da morada. Ganesha, que agora vejo com clareza em "3D", destrói os obstáculos, acrescenta prosperidade...
Soneguei a mim mesma a Presença e Essência.
Reconciliei-me com estes que são na verdade múltiplas facetas de um Deus infinitamente amoroso e compassivo e que por sua generosidade criou uma diversidade incrível de culturas e, portanto uma diversidade de manifestações que agora humildemente reconheço.

Apos todas essas reconciliações me faltou uma pendência: reconciliar com o SER HUMANO. Como fui preconceituosa, deixei de ver a beleza disto que somos. Deixei de ver a essência divinal que há dentro de cada um dos meus irmãozinhos. Fechei-me em individualidade e egoísmo. Nunca antes havia pensado nos meus irmãos indígenas que tem tanto a me oferecer em sabedoria ancestral... Eles que cuidam e amam tão apaixonadamente essa terra que agora consumo.
A profundidade da minha nova compreensão em relação à humanidade é tão indescritível quanto é difícil descrever as muitas e muitas culturas e suas particularidades. Simplesmente sou incompetente para descrever.

Meu encontro comigo mesmo foi realmente significativo. As transformações resultantes desse momento me alcançam a cada dia... Pois me reconciliei com a paz, com a dignidade e com o AMOR essencial.

Laís de Souza

quarta-feira, 9 de março de 2011

Calar o EGO


Ele é gigante, poderoso e capaz de causar as maiores discórdias, inimizades e preconceitos.
Incrível seu empenho em se manter sempre altivo e de suprimir os mistérios que revelam os segredos.
Sua aparência é sempre tão bela e atraente, sempre entra em conflito com outros de igual grandeza.

De vc jamais recebi nada se não orgulho e prepotência, que ao fim me trouxe dor e frustração. De vc somente me iludi quando achando que encontrava liberdade me atolava em sua lama de aprisionamento.

Vc ego que mora no âmago das minhas vontades não sabe por si só ser submisso, não sabe amar e reconhecer autoridades

Vc ego por empenho e dedicação me afasta de pessoas e me cria ilusões.

Vc tem cor de inteligência mas recentemente descobri que de vc apenas flui curiosidade. A inteligência para a as ciências com profundidade vc desconhece.
Curioso, ignorante e orgulhoso... Essas são suas virtudes.

Pela luz da sagrada medicina, que escorre como leite que alimenta da seiva e do coração da natureza, recebo compreensão, recebo consciência.
Ciência que explica, que modifica. Ciência que muda conceitos, nos leva alem nas escaladas altivas dos mistérios e dos segredos. Com ela quero viver: com ciência.

Em seus segredos encontro meus propósitos, em meus propósitos as minhas intenções agora modificadas enquanto recebo seu dom e calo meu ego.

Minha intenção é o amor...
O calar, o EGO

Laís

quarta-feira, 2 de março de 2011

A revolução dos Côcos


Estou completamente emocionada com tamanha demonstração de perseverança, com tantos ensinamentos sobre uma liderança eficaz e integra até o fim.
Estou encantada em ver como o ser humano é capaz de resgatar sua dignidade e suas origens, como é capaz de se libertar de poderes opressores quando há vontade para isso.
Estou emocionada em ver a capacidade criativa e evolutiva que esse povo desenvolveu sobre pressão.

Francis Ona é sem sombra de duvida um ser humano evoluído que merecia ter seu nome levado a todas as comunidades do planeta como exemplo de caráter, integridade, compromisso para com seu povo, amor a natureza e respeito ao semelhante.

Esse documentário é incrível, emocionante e uma lição de vida que não devemos ignorar. É a prova de que podemos ser independentes e confiar no conhecimento ancestral, na capacidade da natureza em oferecer tudo o que precisamos quando a respeitamos e zelamos pela sua preservação.

Esse documentário me inspira e me emociona.

Esse povo, para mim, é o maior exemplo de fé em si mesmo, é o maior exemplo de auto-valorização e de amor a sua própria historia. É a exemplificação perfeita do uso criativo da total capacidade do ser humano de se reinventar, se organizar e de usar toda a força física e mental em prol da sobrevivência e preservação de ideais.


Laís de Souza

(primeira parte de 6)