Fechada para balanço

Todos temos luz e sombra dentro de nos... é muito fácil olhar para Luz e dificílimo vislumbrar e encarar a sombra.
Quando nos posicionamos de frente para um espelho e temos que olhar com humildade nosso reflexo interior, pode ser extremamente doloroso. É como um remédio amargoso que vc acha ruim mas que sabe que trará benefícios para seu ser. Difícil e doloroso, porém necessário.

Eu sou grata por ser merecedora desse tratamento de alma... De ter canal aberto com o Astral Superior e ser capaz de assimilar e vislumbrar as minhas necessidades e fragilidade.

Sou grata também por me redescobrir e encontrar minha força. De me lembrar de quem fui de aprender a me amar.

Sou grata por ter aquilo que mereço e aceito com humildade.

Só que leva tempo para assimilar, para digerir a avalanche de sentimentos e emoções que foram todos mexidos.

Por isso, nesse momento preciso de silêncio... Quietude para compreender e mudar.

Estou nessa hora oficialmente fechada para balanço... Mas não enclausurada em meus sentimentos e pensamentos... Estou fechada para o balaçar dos meus sonhos...
Para balançar suavemente ao sabor do vento e sentir a amabilidade do gesto infantil
Trazendo serenidade e equilíbrio para meu mundo interior.

Eu me amo, me aceito e estou de bem comigo. E acima de tudo eu estou confiante de que
a impermanência não falhará de forma alguma... Logo tudo mudará e ganhará novas formas.

O caleidoscópio continua girando e girando. E o que não entendo agora eu entenderei.
A dor que me machuca nesse momento será a cura do amanhã.

O resfriamento nesse momento é muito necessário... Me presenteio com ele.

Laís de Souza

Perdão

Perdão, vem fazer parte de meu coração.
Vem suavizar as tensões, vem aliviar minhas magoas.
Perdão, tu que és irmão da compaixão, me ensina a ser segura e confiante.
Perdão, tão negligenciado pelos meus atos egoístas, agora te receberei com a necessidade que minha alma clama.

Perdão, quero te acolher com sincera intenção, quero te oferecer como totém de paz e reconciliação

Para mim, para minha família... para todos os seres

Perdoando para ser perdoada...

Amando para receber divino amor e aceitação.

Permenete impermanêcia

Permanente somente esse momento.
Pois nada é pré-feito, no entanto tudo é perfeito.
Tudo gira e toma forma ao bel-prazer do absoluto incompreensível.

Esta embutido no tesouro do silêncio a certeza do ouro da permanência.

Ó Deus, força, reforça... Me da força que preciso para manter perpetuamente minha devoção, minha paixão primordial!

Que eu não esqueça as sensações causadas por aquela bela melodia que me inspirou, que eu não deixe de identificar aquele aroma que me envolveu e me elevou.
Que a comunhão abençoada seja contínua e que continuamente eu seja desperta e reavivada.

Quantas vidas vividas por mim eu já vivi aqui nessa vida... Quantas eu ainda viverei? Me instiga a impermanência, me intriga o fato de que eu insisto em desafia-la.

A hora de se render é chegada, a necessidade do silêncio é imperativa

Laís de Souza

Ela presa- Parte 2

Parte 1:
http://entretantosjardins.blogspot.com/2011/01/ela-presa-parte-1.html

Se antes ela estava presa, se libertou na força de um amor redescoberto e se aprisionou novamente na escravidão da necessidade de paixão.
Ela gostou da sensação de transpassar suas aflições mas se enredou nas teias da insegurança... Perder o bem que se conquista não é exatamente sábio ou fácil

Como se manifesta a legitimidade de uma tristeza? Quem poderá dizer que ela não sente com profundidade, que ela não se entrega com absurda intensidade. Quem poderá duvidar de sua sincera entrega e seu desejo de libertação.

Mas foi ele mesmo, o desejo, quem a aprisionou... Quem vendeu o sonho da liberdade, quem convenceu de que ela era importante, amada e de que era direito dela ser feliz.

Ela questiona quem, a final, outorgou o direito de ser feliz... E o que é felicidade enfim?


Continua...